terça-feira, 26 de outubro de 2010

Da IV Feira do Livro de São Gabriel

Após ser efetuada pelas lideranças culturais da comunidade gabrielense, de modo abnegado e obstinado, a partir deste ano, em função de Lei Municipal, a Feira do Livro passou a ser organizada pelo poder público. Deste modo, a Feira ganhou em estrutura. De uma pérgola coberta com lonas de caminhão emprestadas ou compradas pelos organizadores (pessoas físicas) em 2007, por ocasião da Primeira edição da Feira do Livro, nos dois anos subsequentes, a partir do incansável trabalho do Instituto Cultural Harmonia Gabrielense e de sua Presidente, profa. Geni Maria, a Feira ganhou duas lonas que abrigaram a Feira em 2008 e 2009. Este ano ampliou-se o espaço coberto na Praça Fernando Abott, sob três toldos amplos, que permitiram que todas as atividades fossem efetuadas sobre as amplas lonas da tolderia gabrielense. 
Este ano o patrono da Feira do Livro foi o escritor gabrielense João Alfredo Reverbel Bento Pereira.
Na pessoa da Secretária de Educação do Município Denise Notarjágamos e do Capataz Capitão Jorge da Silva Soares deixo os parabéns aos organizadores! 
No domingo de encerramento, embora competindo com o GRE-NAL, fomos brindados com um sarau poético que contou com vários poetas gabrielenses e amigos que vieram prestigiar a Feira: Clair Alves, Fernando Almeida, Daniele Codevilla, Nelsi Pereira de Matos, Sílvia Benedetti, Ítalo Zailu e José Antônio Macedo (Dr. Poeta). Esta conjunção de poesia e tolderia me inspirou alguns versos....


Últimas Tolderias Tehuelpe (1890)
Fonte: http://www.oni.escuelas.edu.ar/olimpi99/interolimpicos/patagonia1921/images/toldos.jpg

 Baile Gaúcho
 Fonte: http://www.educared.org.ar/infanciaenred/dilema/files/u12/Pellegrini-Baile.jpg

IV Feira do Livro de São Gabriel, declamando José Antônio Macedo (Dr. Poeta)
De bermudas e sacola da Feira: eu, absorto, voando além do tempo....



Da Feira do Livro

                                Rafael Cabral Cruz

O laço do campeiro
é vento nas tolderias,
reboleando poesias
na dança do braseiro...

No canto fandagueiro,
nostalgias de chilenas,
de louras e morenas,
picumã e candeeiro!

Que pare o tempo!
Que pare o vento!

Fecho os olhos...

Luzes esvoaçadas
evocam alucinantes
palavras lancinantes
de um instante eterno...

Sentido efêmero
sob o toldo da Feira:
a festa passageira
do verso fraterno!

Abro os olhos...

Volta o tempo!
Volta o vento!

Soa o bombo do toldo
anunciando a poesia,
que é como carícia
brisa e bonança:
passa ligeiro
como vento pampeiro,
mas deixa lembrança...

São Gabriel, 26/10/2010




quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Continuando ...

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Sob minha unha posso esconder a semente de um cedro (Cedrella fissilis) que vai se tornar uma frondosa árvore no verão. No inverno deixa cair suas folhas para preparar seu novo ciclo na primavera, quando são revestidas do mais belo e verde veludo. E este ciclo se repetirá, até que no início de uma futura primavera, ele não mais mostrará suas folhas. Por mais belo e forte que seja,, é apenas uma questão de tempo para que o cedro volte a ser pó, após a grande energia da vida abandonar o seu tronco. Mas, longe ou perto dali, uma nova pequena semente estará brotando, trazendo ao sol um novo cedro.

 Dando continuidade à temática  "Eternidade", quando escrevi VOO LIVRE, foi nos cedros que me inspirei, pois um dia também não mais terei a primavera.         





VOO LIVRE


O pouco sol do fim  ilumina as montanhas que já vivi.
Nelas, lutei  contra horrendos monstros. Alguns leais.
De seus picos, rolei sempre por rochosas arestas,
Saindo  cada vez menos ferido, forte pelas sangrias.

Vejo agora que vão sumindo as profundas cicatrizes.

E os meus amores... Ahhhhh... vão fechando minha vida.
Elas vem me rodear em longos braços perfumados !
Enchem meu quarto, acariciando o ocaso do meu olhar.
Todas estão comigo: todas na neblina, duas ao espelho.

Então, entre silenciosas trombetas e cores ao vento,
o anjo me vem, trazendo em si minha luminosa coroa.
Na coroação tudo é névoa, com luz desconhecida,
explodindo despedidas sob as últimas muralhas...

Ficamos ao pico aberto da mais alta montanha,
Com o gelo quebrando lento o cristalino da visão.
Tudo some e vejo, perto, meu corpo virar pó,
voltando à grande vida onde não há,  não é.

...e ouço agora de ti a doce e leve voz do eterno...
vinda da ponta do arco-íris, espiral entre nebulosas,
onde és imensa, com teus braços, com tua boca.
... e, ao vento das estrelas, vou, vivo, finalmente a ti.







Ronaldo Fontoura

Inverno de 2006








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terça-feira, 5 de outubro de 2010

Falando de eternidade!!

Sistematicamente tenho buscado representações sobre como conferimos significado ao tempo. Concluí que a arte de fazer poesias envolve o desejo de eternizar o efêmero. Vejam só este trecho da entrevista do grande antropólogo e mitólogo Joseph Campbell (1904-1987) sobre o Poder dos Mitos, concedida a Bill Moyers (http://www.culturabrasil.pro.br/campbell.htm):
“MOYERS: E por monstro você entende...
CAMPBELL: Quando falo monstro quero dizer alguma presença horrível, ou uma aparição, que abala todos os nossos modelos de harmonia, ordem e conduta ética. Por exemplo, Vishnu no fim do mundo aparece como um monstro. Lá está ele, devastando o universo, primeiro com o fogo e depois com um sangue torrencial que extingue o fogo e todas as coisas. Nada resta senão cinzas. Todo o universo e tudo o que era vivo nele fica totalmente destruído. É deus no papel de destruidor. Tais experiências ultrapassam julgamentos éticos ou estéticos. A ética é eliminada. Isso porque em nossas religiões, com a ênfase dada ao humano, há também um destaque para o ético; Deus é qualificado como bom. Não, não! Deus é horrível. Nenhum deus capaz de inventar o inferno pode ser candidato ao Exército de Salvação. Pense no fim do mundo! Mas há um dito muçulmano sobre o Anjo da Morte: “Quando se aproxima, o Anjo da Morte é terrível. Quando alcança você, é uma bem aventurança.”
Nos sistemas budistas, especialmente os do Tibete, os Budas da meditação aparecem sob duplo aspecto, um pacífico, outro colérico. Se você se apegar fortemente ao seu ego e ao seu pequeno mundo temporal, de mágoas e alegrias, querendo preservar uma vida desejada, aparecerá o aspecto colérico da deidade. Esta será terrível. Mas no momento em que o seu ego se desprende e se entrega, aquele mesmo Buda é experimentado como doador de felicidade.
MOYERS: Jesus falou sobre carregar uma espada. Mas não creio que ele sugerisse com isso que devêssemos usá-la contra o nosso semelhante. Ele a considerava no sentido de uma abertura do ego: Eu vim para libertá-lo, separando o ego que está amarrado em você.
 CAMPBELL: Isso é o que em sânscrito é conhecido como vivekn, “discernimento”. Há uma importante imagem do Buda segurando uma espada flamejante bem no alto da própria cabeça. Para que serve essa espada? E a espada do discernimento, separando o meramente temporal do eterno. É a espada que distingue o que é duradouro do que é passageiro. O tique taque do tempo exclui a eternidade. É nessa dimensão de tempo que vivemos. Mas o que se reflete nessa dimensão é um princípio eterno, tornado manifesto.

MOYERS: A experiência do eterno.
CAMPBELL: A experiência do que você é.
MOYERS: Sim, mas o que quer que seja a eternidade, ela está aqui e agora.
CAMPBELL: E em nenhum outro lugar. Ou em qualquer outro lugar. Se você não viver aqui e agora, não irá consegui-lo no céu. O céu não é eterno, é apenas duradouro.
MOYERS: Não compreendo.
CAMPBELL: Céu e inferno são descritos como eternidade. O céu tem um tempo infindável. Não é eterno. O eterno está além do tempo. O conceito de tempo exclui a eternidade. Todos os sofrimentos e atribulações temporais vão e vêm, na direção dos fundamentos dessa profunda experiência da eternidade. Há um ideal budista de participação voluntária e jubilosa nas tristezas que ocorrem no mundo. Onde quer que exista tempo, há tristeza. Mas a experiência da tristeza movimenta-se na direção de uma tomada de consciência do ser duradouro, que é a nossa vida verdadeira.
MOYERS: Há uma certa imagem de Shiva, o deus Shiva, circundada por chamas, anéis de fogo.
CAMPBELL: É o esplendor da dança do deus. A dança de Shiva é o universo. Em seus cabelos há um crânio e uma lua nova, morte e renascimento ao mesmo tempo, o momento do vir a ser. Numa das mãos ele tem um pequeno tambor que faz tique-tique-tique. É o tambor do tempo, o tique do tempo que exclui o conhecimento da eternidade. Estamos fechados no tempo. Mas na outra mão há uma chama que queima o véu do tempo e abre nossas mentes para a eternidade.
Shiva é uma deidade muito antiga, talvez hoje a mais antiga imagem venerada do mundo. Há imagens de 2000 ou 2500 a.C., pequenos selos cunhados mostrando figuras que claramente sugerem Shiva.
Em algumas de suas manifestações ele é realmente um deus horrível, representando os aspectos terríveis da natureza do ser. Ele é o Togue arquetípico, que extingue a ilusão da vida; mas é também o criador da vida, seu gerador e iluminador”.
DA BUSCA

                                       Rafael Cabral Cruz 

Eu busquei uma única letra
que me trouxesse alegria
neste fim de dia primaveril.
 
Nesta busca incessante,
juntando letras e sentidos,
vi uma rosa que se abriu.
E, neste instante mágico,
uma gota de orvalho
caiu sobre meus olhos
embotados de jardins.
 
Nos confins da estrada,
construída com letras,
enfim,
encontrei um botão em flor.
 
Tão belo e tão efêmero
na sua mutante beleza.
Efêmera como a alegria
que na palavra busquei.
Que continuo buscando.
Viajando por caminhos
desconhecidos que plantei
em cada palavra sentida,
na lavra das letras sortidas
com as quais construo
minhas incertas sendas.
 
Em algumas esquinas,
deixo umas oferendas:
versos sofridos, chorados,
cantados ou soluçados.
 
Às vezes rimados,
Sempre sentidos.
 
Eu busquei uma única letra
que me trouxesse alegria
neste fim de dia primaveril.
 
Não achei.
 
Resta-me escrever estes versos,
eternizar o efêmero,
parar o tempo
e o doce salgado da lágrima.

Enfim, a eternidade ?

Esta iniciativa foi uma ótima surpresa. É muito bom ter sustos dessa natureza... e vamos  gravando nossos passos ao longo deste caminho sem fim. O caminho das letras, onde sempre haverá  alguém continuando, continuando, continuando, mostrando que, apesar dos relógios, a eternidade existe. Parabéns, Rafael. Abraços a todos. Ronaldo Fontoura.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Caique de Sonhos

Poetas Gabrielenses
Que cantam o homem e o chão
Vos mando um CAIQUE DE SONHOS
Que em noites de solidão
Bate remos na minha alma
E ancora no coração...
..........................................
Estou tomando a liberdade de mandar para vocês (ganhei de presente a obra POETAS GABRIELENSES) um poeminha que fará parte de um CD que será lançado no mercado fonográfico aqui do sul do Brasil, até o final do ano.
Um grande abraço

João Sampaio






segunda-feira, 27 de setembro de 2010

LER DEVIA SER PROIBIDO

Caros amigos!

Recebi este texto  de Guiomar de Grammon que me tocou profundamente!

Deleitem-se!

"A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido.
Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A loucura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.
Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.
Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas, para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não dêem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, pode levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, pode estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.
Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas lêem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. É esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisão tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura?
É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silencio da alcova... Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um.
Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos.
Para obedecer não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão. Para executar ordens, a palavra é inútil.
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros sentimentos... A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.
Ler pode tornar o homem perigosamente humano".

In: PRADO, J. & CONDINI, P. (Orgs.). A formação do leitor: pontos de vista. Rio de Janeiro: Argus, 1999. pp. 71-3.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Igreja do Galo

Está em pleno andamento as obras de restauração da Igreja do Galo em São Gabriel, iniciativa do Instituto Cultural Harmonia Gabrielense e da comunidade. Até pouco tempo atrás (2008), esta igreja estava igual uma tapera abandonada, servindo de morada para a fauna e flora urbanas, a meia quadra da praça central de São Gabriel (Praça Fernando Abott). Tentei guardar o instante e meus sentimentos em um pequeno poema.


Da velha torre


Pousada na velha torre
Repousa a pomba só
Logo chega outra ave
E se aninha junto ao pó

Levantam a polvadeira
Quando se lançam ao léu
Dançando com suas asas
No palco azul do céu

Enraizados na torre
Os arbustos floridos
Contrastam com a dor
Dos tijolos feridos

Tivesse voz a torre
Sem o galo, sem o sino
Às pombas e arbustos
Brindaria seu destino

Rafael Cabral Cruz
São Gabriel, 14 de outubro de 2008.





Um convite à comunidade gabrielense

Este ano é muito especial para São Gabriel. Após 4 anos, a UNIPAMPA forma as primeiras turmas, consolidando um projeto que saiu do campo dos sonhos, cavalgou por corredores tortuosos e lamacentos, mas fez pouso final junto à tranquilidade de uma limpa e bela aguada. A cidade mudou muito nestes quatro anos. Houve uma acolhida muito boa para a nova comunidade acadêmica. A cidade nos abraçou. E juntamente com este carinho, abriu espaços para que esta gente nova, vinda dos mais diferentes rincões, fosse envolvida pela cultura da terra de Alcides Maia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Alcides_Maia).
E faz parte da vida acadêmica o cultivo da cultura, da busca da universalidade, que extrapola os conteúdos trabalhados nas salas de aula, laboratórios e atividades a campo. Acima de tudo, nós, acadêmicos, somos seres humanos, críticos, dotados de capacidade de sentir, amar, chorar e se ligar nas redes de relações humanas através de linguagens outras que não aquelas típicas de nossa atividade profissional.
Temos descoberto, ao longo destes quatro anos, manifestações artísticas no seio de nossa comunidade acadêmica.
Já em 2007, nosso economista Edson Prestes foi premiado em concurso literário promovido pela Associação Alcides Maia. Na Feira do Livro, do mesmo ano, poemas de professores, técnicos administrativos e alunos da UNIPAMPA foram expostos em praça pública. No ano seguinte, o livro Poetas Gabrielenses (https://editoraalcance.lojapronta.net/produtos_descricao.asp?lang=pt_BR&codigo_produto=69), foi lançado na Segunda Feira do Livro de São Gabriel, consolidando a união entre poetas da terra (Ronaldo Fontoura, Marcelo Mendonça - adotado a muitos anos - e Rossyr Berny) e colegas da UNIPAMPA (Márcia Meneghini, Edson Prestes e Rafael Cruz), fruto da amizade surgida durante a Feira do Livro. Daí o nome Confraria da Feira. Mais do que um simples nome, significa a integração cultural que fervilha na cidade, tendo como padrinho o nosso editor, poeta e amigo Rossyr Berny.
Muitos colegas possuem  materiais artísticos ocultos em gavetas guardadas a sete chaves. Outros já são consagrados em concursos internacionais de poesia e tem suas obras publicadas (como nosso Diretor Ricardo Gunski). Outros possuem blog próprio, onde divulgam seus materiais, ou participam de blogs coletivos de literatura, como o Recanto das Letras (http://recantodasletras.uol.com.br/) ou Autores (http://www.autores.com.br/).
O objetivo deste blog é criar um local onde possamos trocar experiências e juntar, em um local, manifestações culturais da comunidade acadêmica da UNIPAMPA e da comunidade gabrielense.
Este espaço está aberto a todos que queiram se integrar a este movimento. Não somente poesia, mas crônicas, material audio-visual, fotografias, enfim, qualquer tipo de linguagem que envolva catarse, notícias culturais, divulgação de obras, eventos, apresentações, etc.
Sejam felizes!