Das minas graníticas de Babaraquá,
se estendem os primeiros fios de cristal,
levando luz entre aromas das canelas,
alimentando nuvens de penas. Escamas.
No degrau aos sedimentos, a lentidão
flutua buquês estrelados da guajuvira,
mergulhados das copas de chumbo.
Ao calor das pedras , peixes insaciados
vêm ao sabor das azeitonas do tarumã,
obelisco no negro encharcado do solo.
Ilhas acorrentam correntes acorrentadas,
amarradas aos novelos de sarandis ...
e a já fina lâmina atravessa a cidade.
Surdos ouvem gritos do espancado,
estuprado pelas adiadas ações,
afogando liberdade às torrentes.
Mas galopam os aromas rosados,
vapores inundados do açoita cavalo,
ladeados pelos dragões dos jerivás.
A água, curvas macias de pele morena,
sua sangas de sensualidade avermelhada,
das doces cerejas do guamirim noturno.
Encalham nas florestas derrubadas,
os barcos que buscavam o dourado
fugitivo, a coruja que voou do cabroé.
...e águas virão, após esta cegueira,
trazer as sementes mágicas do aguaí
plantadas em casal, nas curvas do rio,
esperma e fruto do triunfo da vida.
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Rio Vacacaí - São Gabriel |
Texto e foto: Ronaldo Machado da Fontoura, 2/06/2011