quinta-feira, 2 de junho de 2011

y'BAKACAAI




Das minas graníticas de Babaraquá,
se estendem os primeiros fios de cristal,
levando  luz  entre aromas das canelas,
alimentando nuvens de penas. Escamas.

No degrau aos sedimentos, a lentidão
flutua buquês estrelados da guajuvira,
mergulhados das copas de chumbo.
Ao calor das pedras , peixes insaciados
vêm ao sabor das azeitonas do tarumã,
obelisco no negro encharcado do solo.

Ilhas acorrentam correntes acorrentadas,
amarradas aos novelos de sarandis ...
e a já fina lâmina atravessa a cidade.

Surdos ouvem gritos do espancado,
estuprado pelas  adiadas ações,
afogando liberdade às torrentes.

Mas galopam os aromas rosados,
vapores inundados do açoita cavalo,
ladeados pelos dragões dos jerivás.

A água, curvas macias de pele morena,
sua sangas de sensualidade  avermelhada,
das doces cerejas do guamirim noturno.

Encalham nas florestas derrubadas,
os barcos que buscavam o dourado
fugitivo, a coruja que voou do cabroé.

...e  águas virão,  após esta cegueira,
trazer as sementes mágicas do  aguaí
plantadas em casal,  nas curvas do rio,
esperma e fruto do triunfo da vida.



Rio Vacacaí - São Gabriel


Texto e foto: Ronaldo Machado da Fontoura, 2/06/2011





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